quinta-feira, 9 de abril de 2015

FILHO MEU

Filho Meu!...


Foste nossa criatura!
Ensinamos a ti os exemplos do nosso Pai.
Que o manto de Deus te proteja e cubra.
Não nos amaste de certo, jamais.
Não amaste a ti mesmo, filho meu!
Foste de ti, o próprio Judas!
Entregaste-te às drogas,
ao vício e ao infortúnio...
Apagaste de ti a luz
no final do túnel.

Chegas com as mãos vazias?
Nada trazes de bom?
Mostra-me tua covardia e
pedes a ti compaixão?
Nada te ensina essa rua?
Pareces de pedra, rapaz!
Não te educam as dores vividas,
nas chicotadas que a vida te traz?
Não te bastam meu pranto,
as chagas em minha alma,
profundas,
meus olhos sem acalanto,
vendo-te nesta vida imunda?

Ah, filho meu ...
queres-me castigado?
Ver-te aos poucos minguando,
até que a morte o tenha chamado?
Falta-te brio, viver os princípios divinos
ou o que mais que te inflame?

Ah, filho meu ... meu menino ...
Não bastam as lágrimas doloridas da tua mãe,
este sol que te chama primaveril
e que te faça o passado, pueril...
Apaga tudo da tua memória!
Tua saga é e ilusória,
tua guerra é perdida!

Vencem os bons, a vida,
na labuta honesta da consciência!
Tu morres à minha frente todos os dias...
quando te vejo desaparecer pela madrugada.
Seria preciso uma vela de sete dias,
para que teus santos te protejam e te
tragam vivo para casa
ou eu rezar mais quantas ave-marias?
Não te basta meu pranto, filho,
chorado por longas noites e dias?
Não te basta?

Quantos jovens caminham por esta tarde
quase noite ...
cujos corações palpitam cheios de sonhos!
Saudáveis vivem sua adolescência,
coberta de dias risonhos!
E tu vegetas em alucinações...
Curte tua paranóia!
Crucifica-nos em tuas razões,
eu e tua mãe!

Cospe em nossos ensinamentos...
Entrega-te à morte em curto tempo,
sem memória!
Vira-te contra teus criadores...
Contra teus próprios princípios!
Não escutas nosso grito desesperado,
posta-te à beira do precipício!

Pudesse eu, morrer por ti...
Se pelo menos tivesse a certeza de que mudarias,
ah, filho meu... não tenhas dúvida...
Em teu lugar morreria!
 
Autor José Geraldo Martinez   
Direitos @utorais Reservados   


" Poema dedicado aos pais que vivem este triste
drama que acomete nossos jovens por todo mundo.
As ruas que roubam seus filhos
e as drogas que os consomem "